Título da redação:

Preconceito velado

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 20/08/2018

Para entender o presente de um país é preciso conhecer o seu passado. Nesse contexto, o Brasil, nação que recebeu povos de todas as regiões do mundo, de africanos a europeus, caracteriza-se por ter uma ampla diversidade cultural. Diante disso, surge o preconceito linguístico, o qual configura-se como a não aceitação de uma pluralidade cultural inerente ao país tupiniquim. Dessa forma, infere-se que tal problemática possui raízes profundas, fruto de uma sociedade ainda padronizada, ferindo, assim, a dignidade de grande parte da população brasileira. Primordialmente, é certo afirmar que o preconceito linguístico é resultado de uma padronização da sociedade. Nesse sentido, consoante à teoria do sociólogo Pierre Bourdieu, denominada capital cultural, a qual defende que os valores individuais são interiorizados devido ao pensamento doutrinador coletivo, observa-se que, ainda na infância, desde os princípios da educação escolar, o indivíduo é submetido a uma padronização da linguagem devido ao método de ensino generalista a educação tupiniquim. Logo, além de desrespeitar um valor regional, como é a linguagem, as escolas, que deveriam promover à aceitação pelo diferente, acabam incentivando, ainda que de forma velada, a segregação e o preconceito. Em segundo plano, é possível afirmar que a intolerância perante a linguagem de uma pessoa gera diversas consequências e prejuízos para a sociedade. Nessa perspectiva, embora a Constituição cidadã de 1988 assegure que nenhum indivíduo poderá ser submetido a tratamentos degradantes, o que acontece atualmente é exatamente o contrário, uma vez que o preconceito linguístico afeta diretamente os valores e princípios de não só uma pessoa, mas também caluniam toda uma identidade cultural de um povo. Assim sendo, casos corriqueiramente noticiados pela mídia, como o do médico que zombou um dos seus pacientes por escrever seguindo o seu linguajar regional representam uma afronta a dignidade humana e precisam ser combatidos de forma eficaz. Portanto, inquestionavelmente, medidas são necessárias para combater o preconceito linguístico vigente no Brasil. Sob esse viés, o Ministério da Educação, em conjunto com todas as escolas do país, deve modificar a maneira de como são ensinadas as disciplinas de linguagens, instruindo as escolas para se adaptarem o ensino conforme a região que elas estão inseridas, contudo, sem deixar de lecionar a norma-padrão da língua portuguesa, dessa forma, estimulando o respeito, a diversidade e o respeito por costumes de linguagens diferentes. Além disso, o poder Legislativo deve criar uma lei que puna com multa ou prisão, dependendo da gravidade do caso, casos de preconceito linguístico, com o intuito de extinguir a impunidade existente. Dessa maneira, a multi diversidade de formas de expressão será um motivo de orgulho nacional e não de medo.