Título da redação:

Preconceito linguístico: Um grave problema social

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 26/09/2018

Na obra de Maria Valéria Rezende, “Quarenta Dias”, é retratada a diferença linguística entre duas regiões do Brasil. Assim acontece no país, que embora todos falem a língua portuguesa, há diversas variações e particularidades regionais, gerando o preconceito linguístico, que não acontece só entre regiões, mas também com aqueles que apresentam desvio da norma culta da língua. É sabido que a gramática normativa não inclui expressões populares e variações linguísticas como gírias, regionalismos e dialetos. Visto que no livro de Rezende, a personagem Alice da Paraíba, encontra dificuldades de comunicação com um personagem gaúcho, que ao utilizar uma expressão de sua região, ofende a paraibana devido a um desentendimento. Entretanto, essa diferença linguística entre um mesmo idioma, se tornou um propulsor de discriminação e exclusão social, já que muitos indivíduos consideram sua maneira de falar superior à de outros grupos. Além disso, em um momento da história há uma queixa de Alice do linguajar contemporâneo, com as palavras reformadas como o verbo “rolar” que substituiu o “acontecer”. Dessa forma, fica evidente a aversão de alguns com gírias e dialetos que se tornaram populares. Ademais, o preconceito linguístico trata-se de um preconceito de esfera político-social, aquele que fala e escreve segundo a norma culta se sente superior àquele que apresenta desvio as essas normas. Contudo, estes que falam e escrevem desviando da norma culta, costumam pertencer a uma classe social marginalizada e desprivilegiada que não tem acesso à educação formal devido as grandes falhas que o Brasil apresenta no sistema educacional. Visto que o país encerrou o ano passado com 11,5 milhões de analfabetos. Logo, este preconceito com a língua está diretamente associado também com o preconceito às classes sociais. Portanto, é de extrema importância que as variações linguísticas sejam reconhecidas como prática da cultura nacional e sejam trabalhadas no ambiente escolar e na sociedade. A mídia poderia exercer uma função de guia entre as variedades linguísticas, abordando o tema de forma educativa, enquanto a escola poderia impor a eles a importância do entendimento à norma culta, mas seguida de suas variantes, mostrando o uso adequado para casa situação. Só assim, o preconceito linguística será amenizado e as variedades serão valorizadas.