Título da redação:

Preconceito linguístico

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 30/08/2018

Segundo Martin Luther King, todo progresso é precário, e a solução para um problema coloca-nos diante outros impasses. Dessa forma, é razoável associarmos tal afirmativa à questão do preconceito linguístico no Brasil. A globalização possibilitou a democratização do acesso à internet, com isso a comunicação possibilitou a troca de ideias entre diferentes culturas e realidades socioeconômicas. No entanto, o direito conquistado deu margem a atos de discriminação, antes velado, das diferenças linguísticas. De acordo com Hannah Arendt, filósofa política alemã, o pior dos males é aquele tido como banal e corriqueiro. Nesse viés, podemos afirmar que o preconceito linguístico está significativamente naturalizado em nossa sociedade. Pode-se afirmar que essa cultura já está enraizada e alicerçada sob um ponto de vista etnocêntrico da industrial cultural do sudeste brasileiro. Esse fato social, que dita as maneiras de agir e pensar sobre indivíduos, é transmitido de geração a geração de maneira que as vítimas dessa discriminação sofrem agressões psicológicas e são excluídos socialmente, por exemplo do mercado de trabalho. Outrossim, pode-se destacar que o sistema educacional não consegue lidar de forma efetiva com esse impasse. Apesar da questão das diferenças linguísticas no Brasil estarem difundidas nos currículos escolares, observa-se que a diversidade do português falado no Brasil não é suficiente para garantir o respeito. Isso se dá pelo fato da escola tentar impor a norma linguística como o normal a ser seguido por todos os indivíduos em detrimento das diferenças geográficas, de idade, sociais e falhas no sistema fonoaudiólogo. Não obstante, esse descaso realizado infelizmente causa a exclusão dos grupos não tidos como falantes cultos. Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas a fim de atenuar o problema. As escolas e famílias devem promover debates amplos e constantes acerca da importância de garantir esses grupos marginalizados, a partir de diálogos nos lares, de seminários e de feiras culturais, com isso essas pessoas poderão compreender realidades distintas e aprenderem a respeitarem cada uma delas. Além disso, as grandes mídias devem criar novelas críticas com o uso personagens regionais não estereotipados destacando a naturalidade das diferenças da língua portuguesa.