Título da redação:

Poliglotismo

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 03/11/2018

"Quem fala errado, não sabe de nada". Trecho do livro "Preconceito linguístico - o que é, como se faz", de Marcos Bagno, no qual fala que esta discriminação tem de ser alvo de denúncia e de combate, destacando que as variedades linguísticas são instrumentos para dar conta de expressar e construir a experiência humana. Sob esse viés, uma determinada língua não deveria ser mais prestigiada em relação às demais, visto o quão prejudicial à diversidade cultural brasileira. Em primeira análise, vale notar o processo de colonização vivido pelo Brasil, entre os séculos XVI e XIX, que teve como uma das principais características a imposição da língua portuguesa sobre os povos indígenas, com o objetivo da língua principal ser a dos colonizadores. Nesse tocante, percebe-se o preconceito linguístico na nação brasileira como fruto do legado histórico. Outrossim, vale ressaltar que este tipo de discriminação pode criar um abismo linguístico entre as pessoas, corroborando assim, para a desigualdade e a segregação social. Uma vez que, apenas falantes da norma culta, com maior nível de escolaridade e poder aquisitivo, estariam à frente profissionalmente e socialmente. Acerca dessa lógica, este fato pode assemelhar-se a um governo de poucos. Fica claro, portanto, o quão prejudicial é o preconceito linguístico no país. Faz-se necessário, então, que o Ministério da Educação (MEC) incentive as escolas a fazer uma abordagem mais aprofundada sobre este tema, por meio das aulas de português, ensinando todas as variantes da língua existentes, com o intuito de promover uma maior igualdade entre o prestígio das línguas. Ademais, a mídia poderia demonstrar o diversificado repertório cultural presente trazido junto a variância de oralidade, por meio de telenovelas, séries e programas de rádio, com o intuito de não haver mais estereotipização das variantes da língua. Assim, não haverá mais ideias pré-concebidas que ferem o indivíduo na sua língua e para de fato estar em regimento uma democracia.