O modernismo foi um movimento literário que chocou grande parte da elite intelectual brasileira, pois apresentou obras que valorizavam a linguagem coloquial popular, opondo-se à uma linguagem exclusivamente formal das escolas literárias anteriores. Nesse sentido, o Brasil ainda é país com extrema variedade linguística- causada tanto pela grande extensão territorial, assim como pela desigualdade social- no qual há a permanência do preconceito linguístico. Dessa forma, é necessário que o poder público desenvolva medidas para combater esse impasse. De primeira parte, é importante salientar o legado histórico do processo de colonização brasileira nesse contexto. Com a chegada dos europeus no território, o etnocentrismo dos colonizadores resultou em um processo de repressão dos dialetos já existentes, vinculado ao preconceito sobre essas etnias que eram consideradas passíveis de civilização. Logo, é notório que essa visão de superioridade de um idioma em detrimento de outro é uma herança refletida na discriminação linguística ainda existente. Ademais, outro fator que corrobora com tal situação é a extrema desigualdade social, motivada pela má distribuição de renda no Brasil. Assim, o acesso à educação torna-se desigual, de tal forma que o conhecimento da língua acaba se configurando como um privilégio da classe dominante e um instrumento de dominação social. Isso é frequentemente manifestado na forma de violência simbólica, termo do sociólogo Pierre Bourdieu, por meio da inferiorização dos indivíduos que não seguem os padrões impostos pela classe dominante. Em síntese, a resultante dessas forças legitima tal discurso preconceituoso e precisa ser combatido. Portanto, cabe ao Governo Federal, em parceria com o poder Legislativo, a criação de leis punitivas para os indivíduos que cometerem qualquer tipo de ação discriminatória motivada pela diferença linguística, com o intuito de acabar com essa prática. De tal maneira, será assegurado o bem-estar desses indivíduos, e será combatido a violência simbólica contra esses cidadãos.