Título da redação:

Não é errado é cultura

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 07/10/2018

Não é raro encontrar, atualmente, a prática da discriminação linguística na sociedade brasileira. Segundo Marcos Bagno, autor do livro “Preconceito Linguístico”, o preconceito contra as formas de falar se baseia na crença de que só existe uma única língua portuguesa digna desse nome, em vista disso, é notório como as diversas variações da fala são vistas como erradas. É primordial ressaltar que o idioma brasileiro apresenta diversas variações e particularidades regionais inerentes à língua e que todas são aceitas, contudo o uso da linguagem formal presente nas classes mais altas e adotada como instrumento de ascensão social infere que pessoas que não falam de acordo com a norma padrão culta têm baixo nível de escolaridade e assim são inferiores, desse modo, observa-se que o preconceito linguístico está atrelado à segregação social, pois há o desprestígio da fala das classes mais baixas. É preciso, porém, reconhecer que algumas falas de diferentes regiões do país fazem parte de uma manifestação cultural, e é um equívoco, no entanto, dizer que uma certa cultura é errada. Entretanto, não é o que se mostra na mídia, comumente vê-se programas televisivos mostrarem personagens que têm um jeito próprio de falar, de acordo com sua região, como pessoas atrasadas, o que os faz sentir constrangimento ao falar, além disso, essas pessoas podem desenvolver problemas de sociabilidade e ainda não serem aceitas no mercado de trabalho, por serem consideradas inferiores, logo, são prejudicadas nessa área. Torna-se evidente, portanto, que o preconceito linguístico está presente na sociedade e que seus efeitos são negativos. Para reverter essa problemática, faz-se necessário que as escolas, nas aulas de português, deem ênfase ao ensino das variantes linguísticas e reforce sua importância assim como a gramática normativa. Ademais, os professores devem ensinar que a variação diatópica faz parte de uma constituinte cultural, para assim, quebrar o paradigma de ser uma linguagem retrógrada, isso pode ser implementado através de atividades didáticas que mostrem a diversidade da língua portuguesa bem como sua riqueza cultural.