Título da redação:

Mazela da sociedade

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 07/03/2018

Nas histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, Chico Bento – o personagem que caracteriza os viventes do meio rural – é menosprezado na sala de aula por possuir o sotaque diferente dos demais alunos. Entretanto, não é somente nos gibis do Maurício de Souza que se percebe a prática de intolerância: o preconceito linguístico é uma realidade brasileira. Sob essa óptica, dois aspectos não podem ser negligenciados, como a aceitação da diversidade e desrespeito com o próximo. Em primeiro lugar, é importante destacar que um país com grande extensão territorial tende a possuir uma ampla variação linguística. Logo, é incabível a existência da discriminação linguística no Brasil, visto que essa sociedade é extensiva em diversidade cultural. Nessa perspectiva, o professor e linguista Marcos Bagno afirma em seu livro “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” que não existe uma forma certa ou errada dos usos da língua. Desta maneira, basear-se de que há apenas uma língua correta estará contribuindo para uma exclusão social. Além disso, é necessário salientar que não são todas as pessoas que possuem o acesso à educação. Nesse sentido, torna-se inaceitável a pré-conceituação, uma vez que todos indivíduos não tiveram as mesmas oportunidades de estudo. Entretanto, segundo o professor de Psicologia Social Rupert Brown, o ser humano tem mais facilidade de julgar as diferenças dos outros do que lidar com os seus conflitos internos. Consequentemente, as vítimas do preconceito linguístico, muitas vezes, adquirem problemas de sociabilidade ou começam a apresentar transtornos psicológicos, como a depressão. Fica claro, portanto, que o preconceito linguístico é uma mazela da sociedade e por isso deve ser combatido. Deste modo, é dever do Ministério da Educação aderir nas escolas uma maior abordagem desse tema. Essa ação poderá ser realizada através de debates com os alunos e os professores de português, sociologia e filosofia, com o fito de mostrar as variações linguísticas presentes e as consequências da intolerância. Ademais, é imperativo que Poder Legislativo crie punições e leis para aqueles que participam da descriminação linguista. Tal ato terá a função de garantir o respeito e bem-estar daqueles que sofrem desse problema.