Título da redação:

Mais que falar, pensar bem

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 24/10/2018

Em 1922, surgia no Brasil uma revolucionária escola literária denominada modernista, essa trouxe ao cotidiano a quebra dos padrões na língua valorizando a cultura e depreciando a aversão às diversas formas de expressão. Bem como no passado, o preconceito linguístico se tornou pauta de discussões na sociedade atual, tal prática tem sua gênese em uma sociedade intolerante e em uma herança social. Mormente, sob a perspectiva filosófica de Bauman, o homem vive em uma sociedade individualista que o mantém em uma "bolha social", como consequência, ele se torna incapaz de lidar com as adversidades, fato que o torna intolerante e gera o preconceito. A repulsão à diversidade na fala é advinda de um sentimento de superioridade do ego, aquele que denigre a maneira de falar do próximo sente-se em uma posição de soberania - sua maneira de se expressar é encarada como um modelo a ser seguido-, não obstante, é evidenciado o errôneo conceito de certo na expressão oral. O homem, a partir do momento em que se dispõe a viver em sociedade, aceita manter-se sob regras éticas para com o seu semelhante, o direito linguístico, defendido na Declaração do Direitos Humanos, é parte essencial para que a convivência social se perfaça de forma sucinta, vale lembrar ainda, qualquer forma de preconceito é encarada como crime pela Constituição Federal Brasileira. Outrossim, como expressado por John Locke, o homem nasce como uma tábula rasa e a sociedade o vai preenchendo, nesse âmbito, nenhuma criança nasce dotada de preconceito linguístico esse lhe é passado como uma herança social. Fato facilmente observado ao se olhar para histórias em quadrinhos, como Chico Bento e Cebolinha, que são destinadas ao público infantil, as quais encaram com naturalidade a variante oral demonstrando que o conceito do asco é adquirido ao longo de sua vida. Desse modo, o indivíduo tende a passar inconscientemente por meio de brincadeiras e xingamentos a cultura da intolerância ao próximo. Destarte, como todo tipo de preconceito, o linguístico pode acarretar sérias consequências na vítima, como por exemplo, estigmas psicológicos que se manifestam em forma de depressões e crises de pânico, logo, são de extrema importância soluções para a problemática. Sendo assim, o preconceito linguístico é um problema atual de raízes histórias e sociais. É imprescindível, portanto, pelo Governo Federal a criação de medidas publicitárias que visem a conscientização da população, por meio de propagandas e palestras nas escolas. Nesse ínterim, a população consciente deixará de praticar o ódio, pois, como expressado pelo filósofo Mário Sergio Cortella: “Pensar bem nos faz bem”!