Título da redação:

Homeostase social

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 20/09/2018

Barão de Itararé, famoso escritor e jornalista, afirmou que o Brasil é um país feito de nós e somente o desatar dessas amarras levará a sociedade a dias melhores. Dessa forma, o preconceito linguístico é um desses nós que precisa, urgentemente, ser desatado. Logo, essa discriminação que persiste intrinsecamente na sociedade brasileira, como subproduto da opressão histórica que alguns povos sofreram, tanto no Império quanto na República, precisa ser solucionada. Em primeiro plano, diversas figuras nacionais sofreram com esse preconceito ao tentarem expressar seu dialeto em meio a uma sociedade hostil. Um dos grandes escritores da literatura brasileira pré-modernista, Lima Barreto, sofreu com tal preconceito por expressar em suas obras uma linguagem coloquial e despojada. Além disso, Lima nunca deixou de retratar em suas obras o preconceito vivido pelos negros, que viviam nas favelas e não possuíam uma educação adequada provinda do governo. Nessa perspectiva, o antigo panorama não parece ter sofrido quaisquer mudanças, visto que o negro que fala com gírias ainda é visto como inferior ao escolarizado intelectual. Portanto, tal preconceito só retrata o quão retrógado está a sociedade atual, alicerçada pela falta de assistência do governo. De outra parte, é incoerente que um país cujo sofreu colonização híbrida possua tal preconceito. Nesse sentido, num panorama histórico, o Brasil foi um dos países que mais sofreu com diferentes influências em sua colonização, tendo em sua maioria holandeses, portugueses e espanhóis. Dessa forma, no atual âmbito social, as variações diatópicas trazem consigo um preconceito entranhado na sociedade, a qual não aceita que o outro fale diferente e que em suma considera errada essa fala, entrando em correlação com o pensamento do filósofo Nicolau Maquiavel, cujo expressava que o preconceito tem mais raízes que os próprios princípios, tendo como pressuposto essa discriminação linguística. É evidente, portanto, que o preconceito linguístico é um desses nós retratado pelo Barão de Itararé. Em relação a isso, é de suma importância que o Ministério da Cultura promova uma restauração no atual panorama social através de campanhas ao longo do país, com atuação nas escolas e universidades com palestras e encenações, nos centros urbanos com painéis ilustrativos e na própria mídia através de uma ficção engajada, a fim de estreitar os laços entre os diferentes falantes presentes em nossa nação. Desse modo, o Brasil conseguirá alcançar certa homeostase social, respeitando todos como se fossem um só.