Título da redação:

Especiação linguística: a homogeneização da língua

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 17/10/2018

Especiação linguística: a homogeneização da língua O Brasil não foi descoberto, foi conquistado, pelos lusitanos. O artista Cândido Portinari, retratou em seu quadro o primeiro encontro entre europeus e indígenas, que marcara o começo do processo de aculturação e consequente aniquilação de culturas. Eis, aqui, o início do preconceito linguístico, o darwinismo social, o qual violentou e discriminou por meio de seu juízo de valor. Nesse sentido, discriminar é desvalorizar e atuar contra o alvo, no sentido de sua extinção, uma cultura melhor, outra pior, darwinismo, só que social. Ex positis, trazendo para o contexto atual, basta identificar a rejeição de sotaques em detrimento de outros para comprovar a teoria, como é o caso do sotaque nordestino que é frequentemente explorado no campo humorístico. Há, também, a intolerância à coloquialidade, considerada coisa de “burro”, o que constitui uma agressão à nossa identidade cultural. Destarte, variações linguísticas não nos inferiorizam e nem empobrecem, enriquecem, no entanto o ódio e a intolerância sim. Com efeito, não existe o certo ou o errado, só o adequado e o inadequado para cada ocasião. Nessa perspectiva, a função da linguagem é a comunicação e não dicotomização das relações sociais. Com isso, deveria imperar o respeito, contudo acontece o oposto, e isto se deve ao choque cultural proveniente da aculturação. Segundo o linguista Marcos Bagno, a língua é influenciada socioeconomicamente, dessa forma, contundentemente, as classes sociais mais abastadas utilizam como forma de opressão contra as mazelas sociais a norma culta portuguesa. Logo, há um novo abismo entre pobres e ricos, a língua, o gramaticalmente correto e incorreto. Ademais, a intolerância e a superioridade cultural são atitudes condenáveis e precisam ser evitadas, desde as bases. Portanto, a escola é o pilar da sociedade, dito isso, o Ministério da Educação deve, em âmbito nacional, promover nas escolas a conscientização por meio de semanas da valorização das variedades linguísticas. Em pareceria, as redes sociais irão conscientizar através de propagandas e vídeos. Com essas ações, evitaremos a especiação das variedades linguísticas – processo biológico de convergência de espécies -, pois é a riqueza oral que faz o país tupiniquim ser o que é, um país abençoado por Deus e bonito por natureza.