Título da redação:

Entre o tchê, oxi, uai bixin

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 23/06/2018

Na tela “Operários”, da modernista Tarsila do Amaral, é possível perceber a grande diversidade cultural brasileira, representada pela artista por meio de uma variedade de rostos. Todavia, embora o Brasil seja um país marcado por diferenças culturais – facilmente evidenciadas nas distintas maneiras de falar do seu povo –, muitos indivíduos tentam negar essa realidade. Tal visão corrobora com o aumento do preconceito linguístico na sociedade, um grande desafio que precisa ser enfrentado, tendo em vista o forte discurso etnocêntrico que circula no país. É perceptível que, durante o século XV, com a chegada de diversos povos ao país, tais como africanos e europeus, formou-se, de acordo com Gilberto Freyre, uma sociedade composta por três pilares: nativo, colonizador e escravo. Com isso, estabeleceram-se, de forma intrínseca, as distinções existentes entre esses grupos, dentre elas, a diferença linguística, sendo determinado que no país a língua principal seria a dos colonizadores, corroborando a desigualdade entre eles. Dessa maneira, percebe-se o preconceito linguístico na nação brasileira como fruto do legado histórico. Paralelamente à isso, vale ressaltar que inclusive a questão social contribui para essa discriminação no país. Por exemplo, o livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, expoente da Segunda Geração Modernista, retrata os regionalismos linguísticos das personagens como, também, fruto das condições de pobreza que vivenciavam. Nesse sentido, atualmente, muitos indivíduos ainda utilizam a linguagem verbal como forma de segregação social, diferenciando as condições sociais entre os cidadãos. Como pode ser visto na discriminação direcionada a brasileiros oriundos, principalmente, de regiões do Norte e Nordeste do país, haja vista suas condições sociais e históricas de formação. Compreende-se, portanto, que o preconceito linguístico é prejudicial por contribuir com a desigualdade existente no país. Faz-se necessária, então, a ação do Governo Federal, em parceria com o Poder Legislativo, ao promover a criação de leis punitivas aos indivíduos que tiverem atitudes discriminatórias quanto ao linguajar de outrem, por meio de propostas legislativas, com o fito de assegurar o bem-estar de pessoas de diversas origens regionais. Assim sendo, essa discriminação não será mais um embate para a sociedade brasileira.