Título da redação:

É pecado falar "errado"?

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 26/11/2017

Falar de preconceito linguístico exige mais que uma análise social do tema, é preciso fazer uma reflexão para encontrar a raiz do problema que, afinal, é a mesma raiz de todo preconceito: a soberba, o achar-se melhor e mais importante que os outros. Aristóteles já colocava a soberba no rol dos vícios que obscurecem a razão; na Idade Média, a soberba foi colocada no posto do mais grave dos pecados capitais; depois, os iluministas declararam que não haveria motivo para a soberba, pois todos os homens são iguais. Mas como,então, combater algo tão presente no cotidiano mas ao mesmo tempo tão arraigado na natureza humana? A palavra chave é educação. Antes de pensar em escolas, quando se fala em educação, é preciso pensar em família. Tal instituição, sendo a célula base da sociedade humana, como demonstrou Aristóteles na Política, tem o primado de ensinar as virtudes essenciais para as crianças. É preciso que a família mostre para elas que é justamente a diferença de cada pessoa que a faz única e a faz ter o seu valor singular, independente de sexo, cor ou se domina ou não a norma culta da língua portuguesa. Uma vez que a família tenha cumprido o seu papel social, deve entrar em cena a escola. É nela que a as crianças e jovens irão conviver de fato com as diferenças e é lá o lugar de elaborar ações que possam promover o respeito a tais diferenças e, mais que isso, o reconhecimento do seu valor. A escola irá ensinar gramática (que é uma só), mas irá ensinar também as diferenças formas comunicação oral das diferentes regiões do Brasil. É essa união da família com a escola, incentivada pelo Estado, que poderá fornecer a educação necessária para formar cidadãos livres da soberba, raiz de todos os preconceitos, além de ensinar o respeito às diferenças. Assim, portanto, o Brasil terá condições de combater o preconceito linguístico. Afinal, falar "errado" nunca foi pecado.