“Oxente”, “Tchê”, “Uai, sô”. Existem variadas formas dos brasileiros de diferentes localidades se comunicarem, indicando a grande variação linguística existente no país. O que deveria ser motivo de enaltecimento da diversidade cultural da nação, é, muitas vezes, causa de preconceito e inferiorização dos indivíduos. Primeiramente, a sociedade brasileira tende a considerar como culto apenas aqueles que conhecem e seguem a Norma Padrão da Língua Portuguesa, o que é injusto, principalmente com aqueles que não tiveram acesso à educação formal. Entretanto, Paulo Freire em seus estudos afirmava que não há saber mais ou saber menos, há diferentes saberes. Portanto, não pode somente a língua definir quem possui maior conhecimento. Em segundo lugar, é importante destacar que os regionalismos indicam a diversidade cultural de um povo e são de suma importância na construção da identidade cultural do indivíduo. Destarte, a língua não é estática, ela está em constante mudança para se adaptar à época e ao uso da população. A variação linguística é amplamente utilizada na literatura, por exemplo com Ariano Suassuna no Nordeste e Érico Veríssimo no Sul. A melhor forma de combater preconceitos é através da educação, dessa forma, é importante que não só as crianças e adolescentes estejam matriculados nas escolas como também que as Secretarias de Educação ampliem os programas de educação para adultos de forma que o conhecimento consiga ser amplamente difundido. Além disso, é importante o cultivo do respeito às diversidades, com a criação de campanhas publicitárias pelo Ministério da Cultura, exaltando a variação cultural existente no país como forma de integração da nação e não de exclusão social.