Título da redação:

Darwinismo cultural

Tema de redação: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 30/10/2018

Durante o Imperialismo, os países europeus se utilizavam do “Darwinismo Cultural” para impor sua cultura e forma de falar às suas colônias. Séculos depois, nota-se que, no Brasil, esse conceito ainda é perpetuado, na forma de preconceito linguístico. Tal realidade se apresenta, principalmente, devido ao legado histórico-cultural e ao sistema educacional falho. Em primeira instância, tem-se, segundo o professor Marcos Bagno, que preconceito linguístico é a crença de que somente uma Língua portuguesa é a verdadeira. Contudo, a formação do Estado nacional brasileiro foi marcado por uma miscigenação de povos: portugueses, indígenas e africanos. Somando-se a isso o vasto território tupiniquim, que possibilitou a segregação dos povos, observam-se diversos sotaques e dialetos regionais característicos. Nesse sentido, configura-se na Variação linguística uma das maiores riquezas do patrimônio cultural brasileiro, uma vez que engloba a história, cultura e identidade do Brasil. Não obstante, aprende-se na escola que a única forma correta de se falar ou escrever é a partir da norma culta. Nesse viés, nota-se uma influência parnasiana no modelo de se ensinar Português, o que dificulta o processo de desenraizamento do preconceito linguístico no país, confirmando a frase “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado” de Albert Einstein. No entanto, vê-se no modernismo um grande aliado na busca pelo fim dessa intolerância, uma vez que se utiliza da licença poética para difundir todos os linguajares existentes, no Brasil. Nessa perspectiva, portanto, vê-se a necessidade de medidas para atenuar a problemática. O Ministério da educação, em consonância com as Secretarias Municipais, deve aumentar o contato dos estudantes com as variações linguísticas presentes na sociedade, por intermédio do desenvolvimento de projetos que estimulem a leitura de textos modernistas, a fim de que, assim, os alunos percebam que não existe uma única forma de se falar português e que todas são língua portuguesa. Ademais, cabe ao Mec estimular o interesse dos alunos por outras culturas regionais, por meio de intercâmbios regionais, para que, assim, a descriminação linguística tenha fim. Feito isso, talvez, haverá uma sociedade em que o “darwinismo cultural” será encontrado apenas nos livros de História.