Através de processos históricos, como o fluxo imigratório, o Brasil se tornou um dos países mais ricos culturalmente, graças aos vários tipos de pessoas que constituem a nação. Parte desta riqueza cultural vem da variedade linguística. A língua portuguesa possui muitos dialetos e diferenças em todos os países que a falam, mas, no Brasil, estas diferenças causam problemas. Há uma concepção comum de que existe uma linguagem certa e uma errada. No entanto, a verdade é que existe uma linguagem formal e uma informal, e ocasiões onde elas devem ou não ser utilizadas. Dialetos regionais típicos, como o sotaque nordestino, são frequentes vítimas de preconceito linguístico por divergirem da norma culta. Seria ilógico imaginar que um país de proporções continentais como o Brasil teria um idioma uniforme. Idioma, aliás, que é dinâmico e se adapta ao lugar e espaço no qual é utilizado. Um claro exemplo seria a expressão “vossa mercê” que, ao longo das décadas, se adaptou até chegar na forma “você”. Em face dos argumentos apresentados, pode-se concluir que o preconceito linguístico é inadmissível e deve ser combatido através da conscientização popular. A mídia em geral deve parar de reproduzir estereótipos que agravam este quadro. Pessoas com menos acesso a educação obviamente não conhecerão a norma culta do idioma, mas não significa que devem servir como pano de fundo para piadas.