Título da redação:

Brasil - um país de muitas línguas

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 31/10/2018

O Brasil é um país de matriz indígena, negra e europeia. No século XVI, com a chegada dos portugueses ao Brasil, deu-se início ao processo de miscigenação, posteriormente com a vinda dos africanos escravizados começou a consolidação da multiculturalização brasileira. As diversidades étnicas e culturais atreladas ao espaço geográfico contribuíram com a variação na língua, com o enriquecimento cultural e com as eventuais manifestações de preconceito. As variações linguísticas podem existir por questões socioculturais, geográficas e históricas. Em um país de dimensões continentais e com tanta miscigenação étnica, como é o caso do Brasil, não é aceitável que existam posturas excludentes de determinados grupos, que consideram o seu falar superior a de outros. Julgamentos depreciativos as pessoas que manifestam específicas variações linguísticas comumente são realizados por pessoas pertencentes a grandes centros produtivos e com boa formação educacional, ridicularizando o que consideram errado sem levar em consideração os aspectos formadores do diferente. É imprescindível diferenciar a língua escrita da manifestada em fala. Apesar da atribuição de uma norma padrão, na oralidade não existe certo ou errado, e sim uma situação de adequação ou inadequação à determinadas situações, a norma culta estipulada pela academia deverá imperar na escrita. O sociólogo francês Pierre Bordieu denomina “Língua Legítima” o fenômeno de reconhecimento das classes sociais menos favorecidas à existência de uma norma padrão, mas que não a conhecem devido aos problemas existentes na sua realidade, fator esse que contribui para a classe dominante continuar sua perpetuação. Um país democrático é aquele onde não se prevalece o preconceito e a opressão. Desse modo, é fundamental a mobilização da Federação para a resolução do atual quadro, por meio do Ministério da Educação devem ser criadas cartilhas informativas visando o combate ao “bullying” e a intolerância nas escolas, além da elaboração de livros didáticos que ressaltem as diversidades e a não existência de erros na comunicação oral. Também se faz necessário ponderar a esteriotipação em produções artísticas, principalmente relacionadas a regionalidade.