No Brasil,ocorre,frequentemente, o denominado preconceito linguístico,o qual discrimina as diferenças linguísticas existentes dentro de um mesmo idioma.Nesse sentido,tendo conhecimento de que a língua é mutável,ou seja,ela se adapta ao meio dos falantes,os regionalismos,as gírias e os dialetos expressos são vistos como um linguajar incorreto por grande parte da sociedade.Dessa forma,ao escrever o livro “Brasil,país do futuro”,provavelmente o autor Stefan Zweig não imaginou que,no século XXI,ainda existiria a discriminação pela oralidade. Em primeira análise,vale ressaltar que a própria história brasileira contribuiu para essa problemática.A chegada de diferentes povos no Brasil durante a colonização,tais como europeus e africanos,formou,segundo Gilberto Freyre,uma sociedade composta por três pilares:nativo,colonizador e escravo.Assim,apesar do conhecimento das diferenças entre esses, a língua estabelecida como principal foi a dos colonizadores.Desse modo,é notório que o preconceito linguístico é resultado de um legado histórico. Outrossim, a questão social é grande influenciadora nesse preconceito.A obra “Vidas Secas” ,de Graciliano Ramos,que faz o uso constante de regionalismos linguísticos,os quais se resultam da condição econômica e as tiras de Chico Bento que utilizam dialetos regionais,ridicularizando-os,mostram a segregação social formada pela discriminação.Dessa maneira,o Norte e o Nordeste,por apresentarem maior diferença na oralidade,são os que mais sofrem esse tipo de preconceito. É evidente,portanto,a necessidade de reverter o conceito de “linguajar incorreto”,visto que gera a exclusão de grupos da sociedade.Assim,é preciso a ação do Governo Federal,junto ao Poder Legislativo,para a criação de leis punitivas aos indivíduos que discriminarem outrem.Ademais,é importante o papel da mídia para o fim da intolerância linguística,por meio de filmes e palestras que incentivem a aceitação de diversidade.Dessa forma,será possível alcançar o ideário de Stefan,conquistando toda e qualquer forma de se expressar.