Título da redação:

A exigência pela norma culta no contexto oral: falso eruditismo

Proposta: O preconceito linguístico no Brasil

Redação enviada em 28/02/2018

Colonizado por diferentes povos, o Brasil é, inegavelmente, um país misto, formado por regiões com diversas características. Essas diferenças, então, são refletidas em diversos aspectos, dentre os quais se encontra a linguagem. Embora exista uma norma culta quanto a essa questão, qualquer variação, no contexto de comunicação oral, não está acima de outra, pois ambas cumprem sua principal função: a socialização. A priori, é importante ressaltar que a forma como alguém fala o português é proveniente de vários fatores, como o aspecto socioeconômico. Entretanto, contrariando o pensamento de muitos, esse não é o único determinante. A forma como alguém utiliza o código, no caso a língua portuguesa, pode também ser oriunda da região em que ela habita ou, outrora, habitou. Cada região do Brasil tem, em seu âmago, um conjunto de dialetos únicos. Outrossim, embora a norma culta seja ensinada nas escolas, dificilmente se vê alguém que a domine completamente e a aplique no dia a dia. Um bom domínio da língua portuguesa não se restringe somente ao total domínio dela. Saber adaptar o discurso à ocasião é, indubitavelmente, imprescindível. Em uma ocasião informal, abusar de uma linguagem oriunda do parnasianismo, ou seja, demasiadamente rebuscada, pode atribuir ao interlocutor uma imagem pedante. Conjuntamente, em uma situação formal, o coloquialismo não é adequado. Por todos esses fatores, torna-se incompreensível o preconceito com qualquer variação linguística, pois, indiscutivelmente, se ignora completamente o conjunto de fatores que pode ocasionar uma pronúncia errada do ponto de vista da norma culta. É necessário que, antes de qualquer crítica, haja uma autocrítica, visto que, assim como já citado, são poucas, se é que existem, as pessoas que aplicam totalmente a mesma em seu cotidiano. Infere-se, assim, que o preconceito linguístico deve ser combatido. A fim de sanar essa questão, o Governo do Estado, por meio do Ministério da Educação, deve tornar obrigatória a leitura de obras regionalistas, como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, no currículo escolar, visto que a mesma garantirá uma boa compreensão acerca das diferentes formas de falar a língua portuguesa no Brasil e, assim, paulatinamente, combaterá a problemática.