Há muito o que ser discutido sobre o parto como questão de saúde no Brasil. O momento da escolha do procedimento a partir do qual se realizará o nascimento - parto normal ou cesariana - recebe influências da sociedade e se atrela às finanças do país e ao sistema de saúde desse. É comum , por exemplo, a disseminação de equívocos sobre o parto normal, como a insuportabilidade da dor, que pode ser evitada com anestesia, o que faz com que ele seja evitado pelas mães. Além disso, parece existir uma maior preferência dos médicos a indicação de cesáreas, visto que sua duração possui até dez horas a menos do que o parto vaginal e o valor recebido por esses profissionais nos dois procedimentos é quase o mesmo, objeto de constantes reivindicações desses. Isso faz com que o número de cesáreas supere enormemente as ocorrências de parto natural, trazendo problemas financeiros à nação, uma vez que intervenções cirúrgicas dispensáveis nas parturientes absorvem recursos que poderiam ser investidos em setores de saúde mais necessitados, como os das comunidades carentes. Diante disso, faz-se necessária a facilitação do acesso por parte das mães a fóruns informativos de incentivo ao nascimento natural, devido ao seu curto período de recuperação, por exemplo, feita por campanhas governamentais e ONG's. Merecem atenção ainda os obstetras, que deveriam ter maior remuneração nos partos normais e serem orientados, durante a sua formação, a recomendarem cesáreas somente como última opção.