Título da redação:

Melhora Profissional

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 27/09/2016

A exaltação e a reverência à fertilidade da mulher na Civilização Cretense (2000 a. C) parece ir na contramão do que ocorre atualmente durante muitos partos nas maternidades brasileiras. Nesse contexto, os expressivos números de cesáreas desnecessárias que podem levar às mortes da mãe e do bebê, além dos constantes casos de violência obstétrica generalizados no país, estas são as principais faces dos partos realizados no Brasil. Devido ao medo das gestantes e ao desencorajamento médico, os índices de cesáreas vêm aumentando consideravelmente. Prova disso é a taxa média de cesáreas de 53% no Brasil publicada pela OMS, sendo que o recomendado é apenas 15%. Essa conjuntura revela problemas que envolvem não só médicos, como também as próprias maternidades, uma vez que não há diferenciação na remuneração entre partos normais (mais longos) e cesáreas (mais curtos) e a dificuldade de encontrar leitos hospitalares em situações de emergência. Por meio de desrespeito, assédio moral e físico, abuso e negligência, a violência obstétrica se tornou algo histórico e comum entre os partos nacionais. Segundo dados da Fiocruz, na pesquisa “Nascer no Brasil”, uma em cada quatro mulheres já sofreram alguma violência ou agressão durante o próprio parto, revelando não só a existência do problema, mas a falta de compreensão da vítima. Esse contexto caracteriza uma ausência de conhecimento de direitos por parte das parturientes e a inexistência de punições para os profissionais que cometem tais atos. Mediante os fatos fica clara a necessidade da atuação dos órgãos competentes do Governo e do Ministério da Saúde. A priori, é exigido que o Estado possibilite a diferenciação de valor entre os tipos de parto, se tornando atrativo para o médico não só recomendar, mas fazer o parto natural. Além disso, é fundamental que o Ministério da Saúde introduza um sistema online em que toda mulher deve responder um questionário referente ao seu próprio parto e se sofreu violência obstétrica, identificando os profissionais para serem punidos de acordo com seus respectivos Conselhos Federais.