O parto, momento importante na vida da mulher e de sua família, significa a chegada, renovação e continuação da vida. Entretanto, tal assunto tem gerado discussões pelo fato dos altos índices de partos cesáreos desnecessários no Brasil. Entre as causas estão a baixa adesão e atraso no início do pré-natal, e consequentemente falta de esclarecimento e realização de partos normais. Segundo um estudo realizado pela Fiocruz, 60% das gestantes começam o pré-natal após doze semanas de gestação, não dando para completar as seis consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde. O que causa não formação de vínculo com o profissional, falta de esclarecimento sobre a gravidez e o momento do parto, diminuição no empoderamento feminino sobre o seu corpo, visto que alguns profissionais utilizam deste artifício para poupar seu tempo de trabalho, e assim realizar mais partos cesáreos ganhando mais por quantidade. Consequentemente, a mulher não adquire informações suficientes sobre o parto, influenciando na sua decisão e que a leva a optar por um parto programado que oferece riscos cirúrgicos desnecessários e recuperação mais lenta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de cesáreas não deve ultrapassar os 15%, o que no Brasil chega a 52% em média, e a porcentagem aumenta muito mais no setor privado. Sendo assim, o que deveria ser um acontecimento marcante para a família, pode se tornar um problema, evidenciando a crise em relação ao parto no Brasil. O início certo no pré-natal, com esclarecimentos sobre o tema, a informação sobre o parto humanizado, a fiscalização da real necessidade de cesáreas, punição àqueles que fizerem mau uso do procedimento, apoio e divulgação da mídia acerca do assunto são modos de mudar a realidade do parto no país, levando a nascimentos saudáveis e atendimento mais igualitário conforme preconiza o Sistema Único de Saúde.