Título da redação:

Como suturar o desnecessário

Proposta: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 24/08/2015

No Brasil, em média, mais da metade dos partos realizados são cesarianas, na rede privada a taxa supera os 80%. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o percentual ideal é 15%, sendo que superior a isto não tem redução de mortes nos partos. Não é nem um pouco certo que mais da metade dos nascimentos seja através de uma cirurgia agressiva e muitas vezes desnecessária. Muitos fatores explicam este percentual tão alto no país. A remuneração de uma cesária e um parto normal - que leva muito mais tempo - é praticamente a mesma, gerando para o médico um custo benefício favorável a cesária. Para a gestante, muitas vezes, é omitida as informações reais sobre os prós e contras de cada procedimento. Elas, geralmente, acabam optando pela cesariana por medo e falta de conhecimento. Além disso, a falta de uma equipe médica adequada em muitos hospitais impossibilita o atendimento ao parto normal. Estar várias falhas no sistema de saúde cria um ambiente propenso para a realização de várias cesarianas desnecessárias, que em muitos casos geram complicações que necessitam a utilização de leitos e UTIs. Esses leitos ocupados - cuja utilização seria, em muitos casos, evitada através do parto normal- gera um custo alto, além de retirar vaga de emergências. Diante disso, várias medidas são necessárias para reverter esse quadro. A informação correta e completa a gestante é indispensável, assim como a organização de equipes médicas completas nos hospitais, prontas para realizar qualquer um dos procedimentos.