O Brasil é líder na realização de partos cesarianos. A afirmação foi feita em um alerta divulgado pela Organização Mundial da Saúde, no primeiro semestre de 2015. Apesar dos riscos para o bebê e para a mulher, entre eles, problemas respiratórios, hemorragias e até a morte, mais da metade dos nascimentos são realizados por meio dessa técnica. Entre as principais justificativas pela escolha está o medo de sofrer durante o parto normal. Como resultado deste e de outros temores, o aumento no número de nascimentos programados, especialmente nos hospitais particulares, é crescente. Em geral, o parto com dia e horário marcados são indicados apenas nos casos em que existam riscos para a parturiente ou a criança. Para mudar a situação, primeiro, os profissionais envolvidos no parto precisam de uma preparação diferente, que começa nas faculdades de medicina e enfermagem. O incentivo ao parto humanizado e ao acolhimento, ainda que sejam mínimos, tem grande importância. Outra medida cabível é entender, com o apoio do governo federal, o sistema hospitalar e obstetrício de outros países, como a França, onde o número de cesáreas é muito menor em comparação com o Brasil, cerca de 20%. Dessa forma, as mudanças ocorrerão gradativamente e a realização de partos normais terá uma nova chance de crescimento, trazendo mais segurança para milhões de mães e recém-nascidos.