Título da redação:

A escolha do parto: uma questão de saúde pública

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 23/09/2015

Em meio a um cenário de precariedade do serviço da saúde brasileiro, estuda-se reduzir os gastos desnecessários com recursos médicos substituíveis. ´/e o caso, por exemplo, das cirurgias cesarianas que, devido à alta taxa de frequência, faz do parto uma questão de saúde pública. O Brasil extrapola os limites recomendados de cesarianas pela Organização Mundial da Saúde, que é de 15%/ano, em cerca de 37%. Isso ocorre devido a diversos fatores, como a falta de conhecimento da mãe sobre partos vaginais, o medo da dor e a própria indução médica durante o pré-natal, já que para o profissional é mais vantajoso receber o mesmo valor em um tempo menor de trabalho (o parto normal pode durar 12 horas, enquanto a média da cesárea são 03 horas. O valor pago aos médicos é equivalente, independente do procedimento). Ocorre que esse excesso de cirurgias dispensáveis é dispendioso para o Estado e desvia, anualmente, milhões de reais que poderiam ser utilizados como investimento na área da saúde, proporcionando um acesso mais igualitário, humano e estruturado para toda a população. Estabelecer um valor proporcional por horas trabalhadas ao médico responsável pelo parto, seja ele qual for, seria a medida preliminar para que as cesarianas ocorressem de acordo com a real necessidade. Ademais, é importante a criação de núcleos especializados em orientações quanto aos tipos de parto nos hospitais e comunidades, capazes de orientar as mães quanto às diversas possibilidades de se fazer um parto vaginal (com ou sem anestesia, por exemplo) e de tirar todas as dúvidas, sempre mostrando que se a gravidez não é de risco, o parto normal é mais seguro à mãe e ao bebê. Tal como nos países desenvolvidos, como a Holanda, o baixo número de cesáreas pode tornar a saúde acessível a todos. E isso deve ser prioridade governamental, afinal, parto é questão de saúde pública.