Título da redação:

40%

Tema de redação: O parto como questão de saúde pública no Brasil.

Redação enviada em 01/09/2015

As cesarianas surgiram como um método alternativo, caso os partos normais oferecessem risco à criança. Contudo, essa cirurgia é extremamente invasiva e, mesmo com todos os riscos, muitas brasileiras vêm realizando-a. Isso deve-se, em primeiro lugar, ao medo das futuras mães em não encontrarem leitos hospitalares em situações de emergência - evidenciando a precariedade do sistema de saúde público. E, em segundo lugar, a influência dos médicos em realizarem esse procedimento. Data e hora marcada: esses são os fatores que levam as brasileiras a escolherem o parto cesariano. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), cerca de 40% escolhem esse procedimento. Isso acontece porque, ao escolherem o parto normal, elas se tornam sujeitas a procurar uma estrutura adequada já na iminência de terem seus filhos. No brasil, não é fácil encontrar tais estruturas, seja por falta de anestesistas, obstetras ou, até mesmo, de leitos hospitalares, especialmente nos hospitais públicos. Isso mostra como a precariedade do sistema de saúde influencia na escolha pela cesárea. Porém, esse não é o único fator. Muitos médicos preferem a cesariana por comodidade, já que são mais rápidas, De acordo com a Fiocruz, apenas 30% das mulheres iniciam a gravidez querendo partos por cesárea. Os outros 10% - para que se atinja os 40% estimados pelo MS - sofrem influência direta dos médicos. Desse modo, evidencia-se uma falta de moralidade em muitos obstetras brasileiros, que, para que possam realizar mais partos em menos tempo, e, assim, lucrar mais, incentivam uma cirurgia que oferece muitos riscos. Percebe-se, assim, que apesar dos riscos do parto cesariano, muitas mulheres são levadas e escolhê-lo, seja pela precariedade do sistema de saúde público, ou pela influência de seus médicos. A fim de atenuar o problema, é preciso remunerar os obstetras de forma justa ao procedimento. Um parto normal leva muito mais tempo, e é muito mais saudável para a criança e para a mãe, devendo, assim, oferecer ao médico um maior salário. Aumentando-se a disposição dos obstetras, já haveria uma melhora na saúde pública. Dessa forma, é possível buscar uma redução daqueles 40%.