O conceito de beleza sofre mudanças diretamente relacionadas ao período histórico da época vigente. De acordo com a professora da PUC de São Paulo, Denise Sant’ Anna, na Idade Média, por conta de influências da Igreja, era considerado pecado ter cuidados com o corpo. Atualmente, existe uma “imposição” da sociedade sobre o indivíduo, levando esse a adotar padrões que devem ser seguidos, por intermédio das dietas, para se adequar ao que é considerado belo e para ser aceito socialmente. No Renascimento, como mostra a obra “O Nascimento de Vênus” do pintor Botticelli, de 1845, as mulheres que possuíssem cabelos longos, corpo volumoso e, até mesmo, a barriga avantajada eram consideradas o ícone de beleza da época. Em contraposição, hoje em dia, o corpo malhado, a cintura fina e a barriga trincada são os padrões de beleza que todo brasileiro sonha em conquistar. Em vista disso, muitos indivíduos adotam dietas rigorosas, sem acompanhamento de um profissional da área da saúde, visando obter um corpo esbelto e se esquecem do bem-estar corporal e mental. Em julho de 2015, a consultora Cintia Cunha, de 37 anos, foi a óbito após, por conta própria, iniciar uma dieta rigorosa, na qual consumia 400 calorias por dia, levando ao desenvolvimento de diversas doenças, como a anemia. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal para se manter uma boa saúde é ingerir cerca de 2000 calorias diárias, consumindo carboidratos, proteínas, gorduras e outros nutrientes fundamentais para o bom funcionamento do corpo. Torna-se evidente, portanto, que, para extinguir a vigente moda das dietas, é necessário mudanças tanto no pensamento social quanto nas mediadas governamentais. Diante disso, as cidades, juntamente com seus governos estaduais, devem criar programas e minicursos para serem ofertados a toda a sociedade, tratando dos riscos que dietas rigorosas realizadas sem o acompanhamento de um especialista podem oferecer, com o objetivo de concretizar um pensamento coletivo voltado, primeiramente, a saúde e ao bem-estar, para depois, em segunda instância, se preocupar com a estética.