No cenário contemporâneo, dietas e restrições alimentares gradativamente permeiam a sociedade, ao passo que tornam-se, nesse ínterim, um imperativo à civilização. Seja pela coerção midiática na busca por um corpo ideal, seja por padrões coletivos de beleza predeterminados, tais dietas geram implicações que vão além da estética. Posto isso, atentar-se a essa temática é imprescindível. Em primeira análise, vale ressaltar que o culto ao corpo ideal não é uma exclusividade da era pós-moderna: desde a Grécia Antiga, a valorização do belo fazia-se presente na estética humana. Nesse âmbito, mesmo em plenos século XXI, modelos corporais continuam sendo propagados no meio social, principalmente através de campanhas midiáticas, as quais induzem a busca incessante por um padrão de beleza muitas vezes inalcançável. Por conseguinte, tendo em vista que as sociedades tendem a incorporar suas estruturas sociais, conforme alega o pensador Pierre Bourdieu, as dietas restritivas surgem, a priori, como a melhor solução a esse dilema estético. Tal condição, no entanto, nem sempre reflete em bem estar e saúde. A privação de carboidratos, por exemplo, presente em dietas como “LowCarb”, pode desregular o balanço energético do organismo e, em virtude disso, quadros extremos como anorexia e bulimia podem surgir. Sendo assim, é evidente que o modismo das dietas restritivas destoa de uma sociedade em equilíbrio. Destarte, o combate a esse caótico cenário deve abranger diversos setores da sociedade. Assim, é dever do Ministério da Educação, em união ao Ministério da Saúde, instituir fóruns de debates nas escolas nacionais, voltados à discussão entre alunos, docentes e profissionais da alimentação acerca das implicações das dietas radicais, bem como a base de uma alimentação saudável, aos quais compete divulgar as conclusões do debate em suas redes sociais, no intuito de conscientizar todo o meio comunitário quando à problemática. Seguindo tal parâmetro, será garantida a saúde e qualidade de vida aos indivíduos.