O tema é proposto sobre o viés de considerar-se os modismos alimentares, dentre eles, as restrições ao consumo de glúten e lactose, como uma das várias orientações de caráter passageiro, em matéria de nutrição humana. Aqui, compreendemos ‘modismo’ como uma palavra da qual se depreende que, sem fundamento científico e orientação adequada, o consumidor tenta modificar hábitos. Contudo, essa alteração não se consolidaria, a longo prazo. No entanto, conforme nosso parecer, eliminar o glúten e a lactose da dieta podem ser opções mais saudáveis para as pessoas. O problema começa quando se tenta colocar algo que deveria se constituir em reeducação alimentar como uma tentativa de emagrecer. Emagrecer, por si só, apenas para se adequar a um modelo proposto, é que constitui um modismo. Afinal, somos todos diferentes e a aceitação das diferenças, em relação a nós mesmos e aos outros, encerra motivos para enorme evolução no âmbito dos relacionamentos e da convivência em sociedade. Nesse contexto, adotar uma alimentação saudável não deveria ser visto como algo direcionado ao emagrecimento, mas à qualidade de nossa vida. Retornando à questão alimentar, alguns autores escrevem que o glúten e o açúcar são prejudiciais à saúde. É o caso do Dr. David Perlmutter que escreveu o livro a Dieta da Mente. Baseado em suas pesquisas, pôde afirmar que, a longo prazo, a ingestão de glúten prejudica o funcionamento correto do cérebro. Infelizmente, segundo ele, a alimentação se industrializou muito e, ao invés de buscar alimentos mais naturais, as pessoas recorrem a pratos congelados semi-prontos - em cuja conservação concorre a adição de glúten - além de produtos repletos de açúcar, sódio, aditivos químicos e outros realçadores de sabor. Na verdade, trata-se de fazer o caminho inverso e procurar um retorno à vida saudável e natural. Como se pode adotá-la em meio à agitação e correria do tempo atual é que se configura um desafio. Isto porque, apesar de mais correta, a alimentação baseada em frutas, legumes, vegetais e sucos naturais, também se deteriora mais rapidamente, ao contrário de enlatados que podem durar seis meses e são mais práticos. Deste modo, pode-se dizer que, a restrição ao glúten e aos industrializados podem ser medidas saudáveis, na proporção em que adotamos uma alimentação mais natural e orgânica, contendo menos conservantes e químicos. Errôneo, no entanto, é o objetivo em que os novos hábitos alimentares estão baseados: o emagrecimento por pressões psicológicas, que só causam ansiedade e transtornos alimentares.