Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: O impasse da educação no trânsito no Brasil

Redação enviada em 14/02/2016

O Estado brasileiro foi erigido sob uma forte influência do positivismo, sistema de ideias que acreditava em um ordenamento jurídico capaz de solucionar diversos problemas sociais. No tocante à questão da violência no trânsito, essa lógica prevalece. É justamente por isso que o poder público, ao se deparar com o alto número de acidentes de trânsito, prefere o recrudescimento das sanções, em vez de investir, em cooperação com a sociedade, na educação de nossos cidadãos. Não é raro vermos no noticiário reportagens mostrando que as multas das infrações de trânsito foram elevadas, essa é geralmente a resposta imediata do governo frente ao desafio de diminuir o número de mortes em nossas estradas. Essa medida, por si só, é de uma ineficiência absurda, uma vez que a punição não tem o condão de transformar os condutores, basta vermos que o número de mortes nas rodovias país a fora não para de crescer, dando base à constatação de que o trânsito brasileiro mata mais do que a maioria das guerras que existem no mundo. O trânsito, à medida que está inserido na dinâmica da sociedade, deve ser tratado como um fato social. Logo, sua problemática só pode ser resolvida a partir do momento em que o cidadão toma consciência de seus direitos, deveres e responsabilidade, principalmente a de preservar a vida. Tal conscientização só virá através da educação, que deve ser fomentada pelo Estado de maneira coordenada com o restante da sociedade. No entanto, essas medidas não devem ser focadas em uma educação formal, ensinando apenas normas de circulação, significado de placas ou código de infrações. Em nossa atual tônica social, em que a indiferença, a individualidade e o egoísmo parecem imperar, é preciso que medidas educativas façam com quem o condutor se sinta parte integrante do coletivo e assuma seu papel de agente transformador, mostrando-lhe que pequenos atos, como, por exemplo, respeitar a travessia de pedestres, dar a vez no cruzamento, obedecer aos limites de velocidade, podem interferir de maneira efetiva na resolução do problema. Resta claro, portanto, que só um sistema que forme condutores responsáveis poderá trazer uma esperança ao caos em que se encontra o trânsito brasileiro. Para isso, o Estado deve incluir na grade curricular das escolas conteúdos que mesclem educação no trânsito com cidadania. As famílias poderiam mostrar aos seus filhos a importância da convivência harmoniosa nos espaços públicos, entendimento que já ajudaria muito na formação de futuros condutores. Por fim, a mídia poderia divulgar campanhas em sua grade de programação para mostrar que no trânsito pequenas atitudes resultam em grandes transformações.