Os povos africanos sustentaram a economia brasileira por mais de 350 anos, deixaram descendentes que representam mais da metade da população atual e enriqueceram a cultura com sua música, dança, religião e culinária. Desse modo, torna-se claro que ensinar a história africana é contribuir para uma boa compreensão da história brasileira. Em 2003 foi sancionada a lei que estabelece o ensino da história e da cultura afro-brasileira na formação da sociedade nacional. A lei ajuda na pluralização do currículo e possibilita uma nova visão sobre o grupo que sempre teve sua história contada pelos olhos do colonizador. Não se trata apenas da inserção de um novo conteúdo, mas de fazer com que os alunos reflitam sobre a democracia racial e a formação da sociedade brasileira. Entretanto, para especialistas, o maior desafio na implementação da lei de acordo com as diretrizes do MEC, está na formação dos professores. Desde 2003, o número de disciplinas nas universidades que tratam de questões étnico-raciais, aumentou. A temática porém, não é discutida de maneira ampla, o que não impede que os docentes continuem repetindo os velhos estereótipos ja internalizados. Como o caráter exótico e primitivo do negro, retratados nas produções literárias e que não representam a realidade. Fica evidente, que é necessário que os diretores e coordenadores discutam o Projeto Pedagógico nas escolas, para promover a reorientação curricular. Que as universidades atuem no aperfeiçoamento da formação dos futuros docentes e auxiliem àqueles que já terminaram a graduação. E que o MEC atue com mais rigor nas escolas para que o material de apoio que é oferecido, seja explorado com qualidade.