Como garantia da posse de terras e a proteção contra ameaças estrangeiras, Portugal decidiu colonizar o Brasil. Mas, para isso, precisou desenvolver uma atividade econômica lucrativa, o açúcar. Que contou com a total exploração da mão de obra dos escravos africanos. Hoje, não é difícil imaginar que além da prestação de serviços os negros também enriqueceram a cultura brasileira com seus costumes. Nessa perspectiva, é válido argumentar sobre a importância do negros africanos para a construção da identidade cultural brasileira e evidenciar os desafios na inclusão da cultura afrodescendente no Brasil. Embora no período colonial os negros fossem submetidos à castigos físicos, alimentação por restos de comidas e à exclusão político-social, nota-se que o papel do histórico afrodescendente foi importante para a construção do atual Brasil. Uma vez que os negros africanos trabalharam intensamente na produção do café durante o Brasil colonial, a força escrava também foi usada na extração do ouro e do diamante, a criação culinária da feijoada e da cocada e o aparecimento de religiões como a Umbanda e o Candomblé. Em razão disso, os povos africanos deixaram o seu legado e adquiriram o merecimento da dignidade e do respeito para com as gerações futuras. Além disso, é necessário evidenciar os desafios impostos na inclusão da cultura Africana. Posto que é visível a restrição dessa cultura na educação das crianças e dos jovens nas escolas em decorrência da ausência da preocupação na busca de conhecimentos que vinculem a riqueza de conteúdos oferecidos por esses povos, como também, a pouca ou recusa parcial dos africanos no mercado de trabalho e a desvalorização dos seus traços culturais são resquícios ainda presentes na sociedade. À vista disso, o ex-presidente da República sancionou a lei 10639/2003 que estabelece acrescer o estudo da luta e da história Africana como resgate e contribuição do povo negro na cultura brasileira. Fica claro, portanto que apesar dos desafios enfrentados, a cultura africana ascendeu o processo de transculturação. Para tanto, é necessário que as Instituições responsáveis pela educação de crianças e jovens por intermédio do reforço na grade curricular em assuntos que evidenciem o papel do negro como contribuinte na cultura. Ademais, que a sociedade imponha limites no hábito de preconceitualizar o negro como cidadão e os seus costumes mediante a sociedade. Tais medidas, em ação integrada podem tornar a cultura afrodescendente vida permanentemente.