No Brasil pouco se sabe sobre uma cultura que desde o período colonial contribui significativamente para a formação da identidade nacional, a africana. Devido a isso, há por meio de uma lei que torna obrigatório o ensino sobre a história da África nas escolas pelo país, uma tentativa de valorização dessa cultura. Entretanto, em meio às conquistas obtidas há desafios que merecem ser destacados. Nos Estados Unidos mesmo após a Guerra de Secessão conceder ao negro estadunidense a liberdade e os direitos civis, há em diversos estados a persistência de ações racistas que se manifestam cotidianamente. No Brasil, não é diferente, e assim o preconceito representa um dos desafios à universalização do ensino específico no país. Ao passo que, em instituições de ensino fundamental e médio tradicionais de visão estereotipada, na maioria das vezes trata-se pouco ou nem se trata desse tema nos materiais didáticos e em sala de aula. Além disso, o despreparo do professor tende a inviabilizar que a história da África e da luta dos negros no Brasil sejam trabalhadas, e isso se deve ao receio por parte do profissional acerca de como introduzir esse assunto ou por falta de orientação especializada e de materiais de apoio. Em contrapartida, assim como o sistema de cotas raciais contribuiu para a democratização do ensino e para o reconhecimento da pluralidade étnica do país, a Lei 10 639 mostra-se como uma conquista significativa em prol dos afro-brasileiros. De modo que, com ela sob o aparato legal torna-se possível a desconstrução de uma visão colonial arcaica e preconceituosa, a de que o negro é um ser inferior. Decerto, com isso se esquece o papel de extrema importância desempenhado pelo africano ao longo da construção da história do país e as contribuições na culinária, na música e na religião manifestados no século XXI. Portanto, mesmo que haja obstáculos à universalização da medida em todo o território, é evidente o avanço social adquirido a partir da implantação dessa lei em um país cuja população negra corresponde a mais de 45% do total. Logo, faz-se necessário que o Ministério da Educação em parceria com as escolas amplie algo que já é realizado, que é a disponibilização na internet de materiais sobre o tema e de apoio com orientações aos profissionais da educação, a fim de assim direcionar a metodologia de ensino e obter exito máximo, isto é, o reconhecimento nacional do negro na multiplicidade étnica do Brasil.