Chega em 1550 no litoral brasileiro, o primeiro de muitos navios negreiros, transportando aproximadamente 200 “peças” para trabalharem sobre as lavouras de cana. Trazidos como imigrantes, e mais ainda, forçados, esses negros seriam então submetidos a condições desumanas de trabalho, pois empatia era privilégio dos homens, e para os europeus, os negros africanos eram meras ferramentas de trabalho. Sobre quase 4 séculos de um sistema escravocrata, foi formada a base da população brasileira. Inevitavelmente herdando não só um pensamento eurocêntrico, como também muitos dos hábitos culturais africanos, que por vezes se opõem. Um contraste presente e perceptível no cotidiano brasileiro, onde a cultura afro ainda é ostracizada e violentada. Como exemplo, as agressões recorrentes a centros afro religiosos. Acresce que mesmo com sua importante participação na formação da identidade nacional, não raro se vê a completa ignorância do brasileiro a respeito dos costumes africanos. A falta de conhecimento é produto imediato do ensino, que surpreendentemente subsiste a julgar a história afro com menor valor e inevitavelmente fortalecendo a ideologia eurocêntrica no território tupiniquim. Em síntese, a educação é um grande vetor para a formação da sociedade. A sua participação na exaltação da afrodescendência brasileira é imprescindível. Pela busca do bem-estar social é necessário maior fiscalização por parte do MEC nas escolas, a fim de garantir o cumprimento da incorporação obrigatória do ensino afro, juntamente a programas de incentivos gratuitos pelo governo, para promover maior acessibilidade e disseminação. Como dizia Heródoto, é preciso pensar o passado, para compreender o presente e idealizar o futuro.