Segundo Edouard Herriot, doutor em letras, “cultura é o que fica depois de esquecermos tudo o que foi aprendido”. Portanto, renegar a cultura de um povo é retirar sua história e identidade. Esta é uma das problemáticas encontrada na educação brasileira contemporânea, a presença de um ensino deficiente da cultura e história dos afro-brasileiros e suas consequências. Não se pode negar que alguns avanços, ainda que tímidos, já foram conquistados. A lei 9.394, sancionada em 1996 é um exemplo dessas conquistas, tem por objetivo obrigar as instituições de ensino, públicas e privadas, a ensinarem e debaterem os elementos culturais e históricos dos afro-brasileiros. Outro exemplo, o ENEM, principal meio de ingresso à uma instituição de ensino superior, exige em sua matriz de habilidades e competências, que norteiam a idealização das questões, conhecimentos sobre esses povos, obrigando assim que os alunos estudem, mesmo que de forma autônoma, esses assuntos. No entanto, mesmo apresentando tais avanços, nota-se que esse ensino, em sua grande maioria, é defasado, incompleto e ineficiente no sentido em que não chega a ser pautado na maioria das didáticas escolares, e quando é feito, não consegue demonstrar a grandeza dessa cultura, fazendo-a ficar em segundo plano, e em alguns casos até descaracterizada, levando o seu povo, que também não consegue perceber essa grandeza, a adotar uma cultura de massa padronizada e a um estágio de aculturação, além de que, não reconhecer a importância destes temas abre caminhos para a intensificação do preconceito e a falsa crença de superioridade cultural,que em sua maioria, é realizado pela Europeia. Posto isto, fica clara a importância de por em prática o ensino desse tema, e que mesmo apresentando algumas conquistas, ainda há muito o que ser feito. Dentre o que poderia ser feito podemos citar a criação de uma punição financeira às instituições que descumpram as leis, sendo vistoriadas de perto pelas Seducs e governos. As faculdades, públicas e privadas, poderiam exigir em seus vestibulares, além do ENEM, essa temática incentivando ainda mais o estudo desses temas. Para que assim, possa-se conscientizar as pessoas da magnitude dessa cultura e devolver a esse povo aquilo que lhes pertence por direito e assim não serem esquecidos.