Durante o Período Colonial brasileiro, foram trazidos inúmeros escravos de origem africana. Estima-se que 5,5 milhões de pessoas dos diversos países do continente à leste da América foram retirados do seu lugar e usados como mão de obra escrava. Atualmente, em decorrência desse processo, há uma intensa miscigenação dos povos e uma grande quantidade de descendentes africanos. Nesse contexto, há a necessidade do ensino da história e cultura desse continente nas escolas brasileiras, haja vista que o patrimônio histórico-cultural do Brasil tem intensa ligação com imigrantes da África. De acordo com o censo de 2012, cerca de 50% da população brasileira é negra. Desse modo, o ensino da história e cultura dos seus antepassados é muito importante devido à própria constituição da sociedade brasileira: ela é majoritariamente constituída por descendentes africanos. Sendo assim, é necessário que essa população entenda um pouco mais sobre as suas origens e o modo de vida dos seus antepassados, pois isso enriquece o sentimento de humanidade e de pertencimento a um grupo, rejeitando-se o sentimento de isolamento e distanciamento de suas origens. Além disso, no período escravocrata brasileiro, os escravos costumavam trazer a cultura do seu continente e tentavam reproduzi-la aqui. Como consequência disso, houve um intenso sincretismo entre a cultura indígena e africana, em que, devido a isso, foi possível o surgimento de vários movimentos e religiões. A exemplo disso, pode-se citar a Capoeira, a qual mistura dança e religião, derivada da junção das crenças dos índios e dos escravos negros, além de ser um meio de resistência à escravidão. Dessa forma, é indispensável estudar a origem dessas culturas que foram tão importantes para o patrimônio cultural e histórico do Brasil. É evidente, portanto, que o ensino do conhecimento adquirido sobre o continente africano deva ser realizado em território nacional. Para isso, é necessário que as Escolas cumpram com esse dever, que é assegurado por Lei, e possam, por intermédio de palestras e aulas, transmitirem o conhecimento sobre a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e como se deu a formação da sociedade nacional com base na vinda dos negros. Outrossim, faz-se necessário que o Governo atue de modo a tornar esses assuntos obrigatórios em provas de concursos públicos, como o ENEM, por exemplo, para incentivar o estudo deles por parte da população que já passou pelo ensino básico. Com essas medidas, certamente o patrimônio africano será mais valorizado.