O processo de formação da identidade nacional começa desde a primeira fase da vida de um indivíduo e depende diretamente do conhecimento história do seu país. Tal conhecimento, por sua vez, tem como ponto de partida o estudo da cultura e da história de outras nações. O Brasil, por exemplo, toma Portugal como ponto de partida, entretanto esquece das heranças trazidas pelo povo africano. Apesar da cultura e da etnia brasileira estarem muito próximas das africanas essa origem ainda possui pouca proeminência nas salas de aula do país, uma vez que a história da nação é ensinada sob uma perspectiva européia, de tal forma que a única interação que os alunos possuem com a cultura e história africana resume-se à informação da origem da mão de obra escrava. A ausência desse estudo no currículo escolar gera não só uma deficiência na identidade nacional mas também constrói uma história incompleta, que pode promover preconceito. Em contrapartida, o sancionamento da lei número 10639, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática ''História e cultura Afro-brasileira'', mostra-se uma conquista e sobretudo uma oportunidade para o fortalecimento da identidade nacional. Entretanto, a implantação do assunto nas salas de aula exige do docente não só um alto conhecimento acerca do tema mas também que este possua materiais que abordem o assunto e o auxilie a ensiná-lo com uma ótima didática, ou seja, materiais por vezes usados se tornaram obsoletos. Desse modo, é notável que é fundamental conhecer a história e a cultura de outros lugares para compreender a própria e combater preconceitos. Assim, para superar os desafios e consolidar o ensino da cultura afro-brasileira é necessário que haja uma renovação periódica dos materiais didáticos além de incentivos para a especialização dos docentes.