Título da redação:

Raízes Omitidas

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 13/08/2016

Feijoada. Capoeira. Samba. É notório como os costumes africanos contribuíram para a formação da cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. No entanto, embora existam leis que estabeleçam que alunos brasileiros devam conhecer suas raízes africanas, esse assunto ainda é pouco abordado nas salas de aula, seja pela marginalização social, seja pela intolerância religiosa. A princípio, é válido salientar que o preconceito racial nas instituições educativas é uma expressão daquilo que acontece na sociedade. No passado, os costumes dos escravos foram fortemente reprimidos, pois esses aprendiam o português, eram batizados em nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. À medida que tempo passou, a subjugação dessa cultura persiste dentro das escolas, com currículos em que não mencionam de forma mais intensa as realizações dos diversos povos e etnias africanas e exaltam os feitos elitistas, como Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos. No entanto, de acordo com o educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire “Não há saber mais ou menos: Há saberes diferentes”, assim, é válido que a escola as diversas cultural existente no país. É justamente este princípio moral que a sociedade tem desvalorizado, o qual está baseado no valor das religiões africanas como patrimônio histórico e cultural. É comum observar uma satanização das religiões africanas pela influência das comunidades evangélicas e cristãs brasileiras. Dessa forma, as instituições educativas tornam-se reféns das posições partidárias, que costumeiramente associam a umbanda e o candomblé ao mal. Não raro, encontra-se projetos pedagógicos relacionado à páscoa e ao natal, e quase nunca sobre Iemanjá e orixás. Uma vez que é impossível ensinar as origens africanas sem introduzir os aspectos religiosos (músicas, danças, culinária), é fundamental que haja escolas democráticas. Fica claro, portanto que, para o povo brasileiro compreender sua diversidade cultural é necessário medidas concretas e não somente um belo discurso. Nesse sentido, é imperioso que o Ministério da Educação elabore grades curriculares que envolvam a produção cultural africana. Cabe também ao governo, junto aos diretores, aos professores e á família fiscalizar quanto à aplicação desse conteúdo. Além disso, á mídia deve promover discussões que levem á reflexão de que um ambiente democrático somente será possível pela eliminação de comportamentos discriminatórios. Dessa forma, o brasileiro descobrirá suas raízes e entenderá seu presente.