A história brasileira se fundamenta sobre três povos: os indígenas, portugueses e africanos. Contundo, decorrente de fatores históricos e culturais o ensino da história africana tem sido negligenciado pela sociedade e autoridades brasileiras, revelando um sistema claramente racista. No jargão popular: “a história é contada pelos vencedores”, é perceptível que tal suposição se enquadra no contexto brasileiro. Entretanto, é necessário fazer algumas modificações como a redefinição do termo vencedor. Os europeus só são considerados vencedores por estarem, devido a todas circunstancias históricas, em uma posição de superioridade e dominância em relação aos demais grupos. Assim, os índios e negros são perdedores por estarem em situação de dominação, tendo suas vidas usurpadas, seus corpos transformados em objeto de troca, sua liberdade perdida e por passarem, muita das vezes, por processos de aculturação. Mesmo após a abolição da escravidão a visão europeia foi priorizada em todos os aspectos, inclusive educacionais. Assim, a história e cultura africana sofrem com o descaso e culmina na formação de jovens e adolescentes que se quer sabem que a África é um continente. A construção da identidade brasileira não é apenas de teor europeu, ao contrário, os povos africanos contribuíram significativamente na formação cultural nacional. Mesmo com a lei 10.639/2016, que estabeleceu o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, nota- se que a ação não foi o suficiente. Esses anos sem políticas públicas de equiparação cultural apenas ressalta o racismo instalado no sistema educacional brasileiro. O aprendizado da história africana possibilita ao aluno conhecer suas origens e se identificar como pertencente aquele povo (já que mais da metade da população brasileira é negra ou parda). Além do mais, tal ação é extremamente importante para combater a intolerância através do esclarecimento. Mediante o exposto, sabe-se que muito já foi feito em relação ao problema abordado. Porém, para recuperar o Brasil dos anos de descaso que a história negra passou, é necessário que o governo forme junto ao Ministério da Educação um plano de incentivo a cultura negra. Assim, cada escola teria pelo menos uma vez ao ano a obrigação de proporcionar a “semana da valorização da cultura negra”. A semana contaria com “stands” falando sobre a cultura de alguns países africanos, também teria palestra relacionada ao tema, e oficinas. Agregado a semana da valorização haveria em cada escola um núcleo de apoio ao negro e pardo que seria responsável por orientar, acolher e ensinar os estudantes que se identificam como tal.