Título da redação:

Isonomia no currículo nacional

Proposta: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 25/06/2016

Escravos em “tumbeiros” sendo trazidos para o Brasil, acorrentados e abandonados à própria sorte, essa é uma das cenas descritas por Castro Alves em seu poema “Navio Negreiro”. É indubitável que essas ações tão nefastas tenham acontecido, contudo, a cultura e a história africana vão muito além do que o currículo mínimo brasileiro apresenta. Embora o estudo sobre a Diáspora Negra já seja recorrente no país, sendo esse um dos avanços na valorização da cultura negra, ainda é necessário que seu papel na formação nacional seja profundamente avaliado e reconhecido em sala de aula. Diante disso, o ensino da história africana, mesmo com avanços significativos, ainda possui empecilhos que estão ligados intrinsecamente à formação do país, seja pelo racismo, seja pela falta de reconhecimento cultural. É indubitável que o racismo esteja entre as causas do problema. Embora a sociedade brasileira seja formada pela miscigenação de vários povos, os currículos ainda valorizam os feitos e a cultura do europeu em detrimento a dos africanos. A escravidão é uma das bases desse pensamento, uma vez que o negro foi submisso ao homem branco, toda a sua cultura, em senso comum, foi considerada inferior. No entanto, vários movimentos populares de reconhecimento da afrodescendência aconteceram, sendo, desde 1996, consolidada uma lei de ensino da História Afro-Brasileira nas escolas, configurando um avanço no reconhecimento identitário no país. Outrossim, destaca-se o pouco reconhecimento cultural como impulsionador dessa problemática. Os costumes de origem africana, ainda sofrem com grande desvalorização e preconceito na sociedade contemporânea, como é o caso das religiões de matriz africana. Entretanto, com a inserção da cultura africana no currículo das escolas, percebe-se a aceitação e valorização desses costumes, por exemplo, da culinária e musicalidade dos povos africanos. Além disso, a capoeira tornou-se um patrimônio cultural , fazendo com que o elo entre África e Brasil torna-se mais forte. É evidente, portanto, que mesmo que tenham acontecido avanços na valorização da história e cultura Africana no currículo brasileiro, ainda há desafios. Para atenuar essa problemática, é fundamental que as escolas, antes de tudo, promovam debates sobre o racismo e estimulem seus alunos a respeitar a diversidade, com o intuito de minimizar os casos hediondos de preconceito. Ademais, é necessário que o Governo Federal, aliado ao Ministério da Educação, faça uma revisão do currículos escolar, inserindo, de forma mais ampla, a cultura Africana, visando seu reconhecimento e valorização. Só assim, tratando causas e minimizando efeitos, o Brasil passará a tratar a todos, em princípio de isonomia, como iguais, de acordo com a Constituição.