Indígenas. Europeus. Africanos. Asiáticos. Esses são os principais grupos humanos responsáveis pela formação do povo brasileiro. Contudo, quando descrita a história do país, alguns desses são mais valorizados que outros. Nesse cenário, a parcela africana não recebe o reconhecimento realmente merecido, visto as enormes contribuições deixadas por ela para o Brasil. Diante disso, cabe analisar os avanços e desafios do ensino da cultura africana no Brasil. Primeiramente, as leis federais nº 10.639 e nº11.645 representam uma grande melhoria nesse panorama. Tais lei tornam obrigatório o ensino da cultura e história dos povos negros e indígenas, possibilitando, então, a superação dos preconceitos e atitudes discriminatórias. Isso porque, de acordo com Kabengele Munanga, professor de Antropologia da USP, em entrevista a Carta Capital em 2012, o racismo se mantém porque as próprias vítimas são educadas para aceitar tal prática. Então, as escolas, como instituições educadoras, colaboram para a perpetuação desse. Em contrapartida, o despreparo dos professores com relação ao tema e o atual material didático do Brasil são impasses na aplicação dessa lei. Tais problemas são decorrentes da visão eurocêntrica presente tanto na formação dos educadores quanto nos livros escolares. Essa perspectiva aborda o negro apenas como escravo cuja história no país acabou com a abolição dos escravos. Logo, a visão de sofrimento e inferioridade prepondera sobre a de contribuição para a sociedade. Fica claro, portanto, que, apesar dos avanços, o ensino da cultura africana no Brasil ainda apresenta dificuldades. Á vista disso, o governo deve fiscalizar, através de visitas periódicas e questionários com alunos e professores, o seguimento das leis expostas. Ademais, o Ministério da Educação precisa intensificar a divulgação dos cursos de formação de professores sobre o tema, pois, assim, mais educadores terão a oportunidade de realizá-los. Desse modo, a educação brasileira será multicultural.