Título da redação:

Cultura africana no Brasil

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 04/06/2017

Em meados do século XVI, os africanos começaram a ser transportados ao Brasil a fim de serem escravizados, trazendo consigo costumes e tradições que perduram até os dias de hoje. O Brasil é o segundo país com a maior quantidade de negros e pardos em seu território, cerca de 97 milhões de acordo com o Censo 2012. Assim, todos os livros didáticos deveriam retratar a história afro-brasileira, mas a realidade é outra. Pode-se perceber que, no delinear da cultura nacional, há um forte viés eurocêntrico, muitas vezes ignorando a importância dos africanos na formação da identidade étnica. Embora a Lei 9.394, alterada em 1996, afirmar a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira” na rede de ensino, muitas escolas ainda não têm, em sua grade, matérias relacionadas a esse assunto. A abolição da escravatura, em 1888, não extinguiu o racismo na sociedade, inserindo o negro em um corpo social autoritário influenciado pelas inúmeras teorias evolucionistas da época, as quais colocavam o branco como superior. Essas teorias, a exemplo do darwinismo social, colaboraram para o desprezo a culturas diferentes vistas como arcaicas e inferiores. Com a identidade africana não foi diferente, os costumes foram, em vários casos, até mesmo proibidos de serem praticados. Apesar dos desafios para a inclusão da história do continente africano nas instituições escolares, ocorreram significativas conquistas ao longo do tempo. Devido à luta de afrodescendentes, que vêm defendendo o reconhecimento da população negra como uma forte influência para a formação do Brasil, foi possível que a Lei 9.394 fosse sancionada e que fosse incorporado, no calendário escolar, a comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra. Diversos sociólogos, como Florestan Fernandes, contribuíram para a valorização da identidade nacional, a procura do abandono às ideias evolucionistas do século XIX, motivando o confronto com preceitos da época. Desse modo, para minimizar as dificuldades do ensino da história africana é preciso que o sistema educacional busque esclarecer a formação brasileira com base na miscigenação, afastando-se da visão etnocêntrica. Para isso, é necessário apoio do corpo docente, que deve incentivar os alunos ao afastamento de preconceitos por meio de palestras que os conscientizem. É importante, também, que as manifestações, exigindo maior espaço na sociedade para negros, continuem acontecendo. Uma maneira eficiente de lutar contra a exclusão africana é mediante a mídia, já que essa propaga a informação de forma célere e ampla.