Durante o processo de formação cultural do Brasil, recebemos inúmeras contribuições do exterior como, por exemplo, dos portugueses, espanhóis e africanos. Muito se conhece a respeito da cultura européia e, na mesma proporção, pouco se sabe da cultura africana. A lei 10.639, sancionada em 2003, que torna obrigatório o ensino da história africana nas escolas, proporciona uma mudança gradativa nesse quadro. No entanto, a mesma ainda encontra empecilhos para seu cumprimento efetivo. Muitos professores encontram dificuldades em lecionar sobre temáticas africanas, seja por escassez de material adequado, seja pela ausência de métodos pedagógicos para abodar o tema, dado que o mesmo só tornou-se obrigatório há pouco anos. Sendo assim, cria-se um estereótipo negativo do negro - aquele que, durante séculos, foi vítima do sistema escravista - deixando em segundo plano toda a sua riqueza e contribuição cultural para com o Brasil. Em vista disso, é de suma importância o ensino da história da África, pois desfaz essa visão limitada e inclui o negro como elemento fundamental na construção do Brasil, que é marcado pelo diversidade étnica e cultural. Em paralelo a esses problemas, existem grupos fundamentalistas que insistem em acabar com os direitos conquistados pelos milhares de brasileiros afrodescendentes. A atual bancada evangélica que atua no Brasil chegou a propor a eliminação do estudo da cultura negra e indígena das escolas, inserindo somente a cultura cristã. Tal ato demonstra que o preconceito da sociedade dificulta esse avanço, visto que muitos acreditam, de forma errônea, que ensinar sobre a África é impor outra religião, taxando as crenças africanas de demoníacas, com total intolerância e falta de respeito. Portanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura disponibilizar mais materiais acerca da cultura africana, como livros e revistas, para que os professores obtenham maior facilidade nas aulas. Além disso, é necessário uma fiscalização intensa, para assegurar o cumprimento da lei 10.639, fazendo com que todos passem a conhecer a história desse povo que tanto influenciou o Brasil. Com isso, o país se tornará mais justo e respeitoso, visto que o padrão europeu será substituído pela diversidade de raças e culturas.