Título da redação:

Brasil: um futuro país de todos.

Proposta: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 08/07/2016

É bem verdade que a escravidão no Brasil deixou uma herança muito ruim: o preconceito contra negros. Entretanto, nos últimos anos, esse cenário vem mudando. Em 2003, por exemplo, foi instituída uma lei segundo a qual a cultura e história africana deve ser lecionada nas escolas. Apesar dessa conquista, muitos desafios ainda estão presentes quando se trata do respeito aos afrodescendentes. Para vencer essa luta por justiça, tanto os governantes quanto a sociedade devem ter olhares mais atentos às questões raciais. Algumas dessas mudanças nas condições dos afrodescendentes só foram possíveis graças ao maior conhecimento histórico da etnia. As cotas raciais em universidades públicas, por exemplo, ilustram esses novos ares. Graças a elas, uma barreira que praticamente impedia negros e pardos da possibilidade de superar a condição de pobreza foi ultrapassada. Será justamente por conta das cotas que haverá mais negros ingressando em melhores condições no mercado de trabalho e alcançando maiores rendimentos. Essa melhoria fará os dados do IBGE de 2013, os quais dizem que um trabalhador de origem africana no Brasil ganha, em média, pouco mais da metade do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca, ficarem ultrapassados. Isso será positivo rumo a construção de um país mais igualitário e justo. Todavia, significativos preconceitos ainda estão presentes na sociedade. Filmes como “Rei Leão” e “Tarzan” permanecem como referências do continente africano para várias pessoas. Por isso, homens e mulheres com origem naquele continente ainda são tratadas com exotismo, há a ideia de um ambiente habitado por muitos animais e grupos com crenças lúdicas e “malignas”, sem nenhum conhecimento científico. Esses pontos de vista impedem um intercâmbio cultural adequado para com aqueles povos, fato que poderia ser transformador de mentalidade. Diante dos argumentos apresentados, conclui-se que, apesar da importância da existência de leis contra a discriminação, sem uma pedagogia adequada, a mudança fica inalcançável. Nesse sentido, o Governo Federal, em parceria com escolas e ONGs, deve promover discussões através de metodologias artísticas (teatro). A sétima arte,nesse contexto, levaria de maneira mais didática conteúdos sobre racismo presentes em livros de história e sociologia. Além disso, antes de serem apresentados filmes mostrando a África sob uma perspectiva exótica, os órgãos publicitários devem exigir uma advertência pela representação fantasiosa do programa. Outra alternativa interessante seria uma iniciativa vinda das famílias: pais devem dar aos seus filhos, não apenas brinquedos de cabelos lisos e olhos claros, mas também bonecos negros. Afinal, esses bonecos estão mais próximos da figura do brasileiro e eles auxiliariam as crianças a conviverem com as diversidades de etnias. Nesse sentido a nação irá se tornando, aos poucos, menos racista e mais harmônica.