Título da redação:

As consequências de uma cultura dominante

Proposta: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 01/07/2016

Do século XVI ao século XIX, a escravidão foi a base da economia no Brasil. Negros trazidos da África colaboraram para a construção do país, para a miscigenação do povo e pela diversidade da cultura brasileira. Contudo, o estudo da história africana ainda é pouco difundido nas instituições de ensino. Isso se deve pela dominação da cultura eurocêntrica em consonância ao despreparo dos professores no ensino dessa matéria. Dificuldades que culminam na permanência de uma visão unilateral dos fatos históricos e do preconceito. Desde que o Brasil foi descoberto, perpetua-se uma cultura dominante. Ela favorece ao predomínio de uma visão europeia nas escolas do país, por isso, desde o ensino básico, os alunos são instruídos de que os europeus são bravos e conquistadores, e os demais povos são fracos e subjugados. Esse ponto de vista desenvolve o discriminação na sociedade, a desvalorização da cultura negra e colabora para a distinção social. Além disso, muitas escolas apresentam resistência em mudarem suas estruturas de ensino para acrescentarem o conteúdo sobre a história e cultura do continente africano, baseada nessa interpretação da cultura padrão. Outrossim, em 2003 entrou em vigor a lei 10.639 que exige o estudo da história do continente africano nas escolas do país, contudo as instituições de ensino estão se adequando lentamente para essa mudança. Aliado a isso, há o despreparo dos professores, que não tiveram o estudo efetivo desse conteúdo no curso superior, e a falta de material produzido sobre o tema. Com essas dificuldades, os docentes não se aprofundam nas aulas desse conhecimento, o que prejudica os alunos, uma vez que poderia trazer para eles uma maior consciência sobre os fatos históricos, debates e diminuir o preconceito. Dessa forma, o ensino da cultura e história africana enfrenta barreiras para efetivar-se nas instituições de ensino, seja pelo despreparo dos docentes, seja pela cultura dominante que colabora para a permanência do preconceito nas pessoas e escolas. Para mudar esse cenário, em curto prazo, os professores devem priorizar o debate entre os alunos, propor trabalhos e excursões que levem o conhecimento e o interesse pelos povos africanos e suas culturas, desse modo, o aprendizado será possível para os dois lados, tanto para docentes, quanto para discentes. Já em longo prazo, o Ministério da Educação e as secretárias de ensino dos municípios, devem auxiliar no preparo dos educadores para que esses possam ministrar aulas sobre o tema. Isso pode ser feito com o desenvolvimento de conteúdo didático para serem ministrados aos alunos e no oferecimento de cursos para atualizar os professores, de acordo com a nova demanda. Com isso, eles estarão mais confiantes e capazes de ensinar sobre o novo conteúdo.