O início da relação entre África e Brasil se deu no Período Colonial. Diversos homens e mulheres, de variadas tribos, eram transportadas nos navios negreiros dos Portugueses, e ao contrário dos indígenas, que recebiam a proteção dos Jesuítas, eram vítimas do sistema escravocrata. Ao longo do tempo, esses trabalhadores ajudaram a moldar a cultura Afro-brasileira, e suas influências na sociedade atual ainda são desvalorizadas ou desconhecidas. Se por um lado, os Africanos incrementaram o cardápio brasileiro, com o famoso e desejado Acarajé, além de diversas manifestações artísticas, tendo a capoeira como seu principal expoente, em outras áreas, os toques do outro continente ainda não são bem vistos por parcela da sociedade. Religiões como a Umbanda e o Candomblé, têm seus seguidores vítimas da intolerância religiosa, o que gera discriminações e, em alguns casos, agressões. Parte deste desrespeito e desconhecimento, se deve a pequena atenção concedida a este assunto nas escolas brasileiras. Em uma aula de História, é lecionado o fato do negro africano ter ajudado a moldar a economia do Brasil Colonial, Império, e início da República, nos ciclos do Pau Brasil, Açúcar, Ouro e Café. Porém, suas outras contribuições, não centradas apenas na servidão forçada, são negligenciadas ou substituídas por outros conteúdos. Essa ocultação história no ensino poderia ser revertida com uma maior atenção por parte das secretárias estaduais de Educação, e do próprio Ministério, com um maior número de aulas e atividades, equilibrando o espaço dado na grade curricular escolar, com o continente Europeu. Afinal, influências do Velho Mundo na sociedade brasileira são mais valorizadas. E não é por acaso.