A cultura africana teve seu início no Brasil por volta do século XVI, com a chegada dos portugueses ao solo brasileiro e o tráfico da África de mão-de-obra não assalariada, os chamados na época, escravos. Nesse contexto, a miscigenação de negros e brancos imigrantes com os índios nativos, foi criada uma sociedade de convivência não harmônica e desigual. Diante disso, apesar das imposições culturais eurocêntricas, os costumes afro permaneceram até os dias de hoje. Dessa maneira, tornou-se essencial a maior exposição dessa cultura no ensino das escolas nacionais, para que a nação tenha consciência de sua verdadeira identidade. Primeiramente, é válido destacar que mais da metade da população brasileira é composta por negros e pardos. Nesse sentido, é notável que grande parte da sociedade tem ciência da riqueza que essas diferenças culturais trouxeram para o país, são exemplos disso, o samba e a capoeira, nos quais o Brasil é conhecido internacionalmente. Outra prova disso, foi a lei de 2006 que tornou obrigatório o ensino sobre a História e Cultura Afro Brasileira. Somando-se a isso, tem-se também a mobilização populacional nas redes sociais em que são propagadas informações sobre esses costumes, bem como estímulos aos que são vítimas de preconceito a denunciarem. Em contrapartida, a país ainda tem muito a enfrentar no que diz respeito ao ensino desses aspectos históricos. Sob essa ótica, as grades das ciências humanas são compostas, em quase sua totalidade, pelo estudo do passado europeu, o que soa contraditório quando comparado a realidade mestiça sul-americana. Em virtude disso, torna-se necessária a massificação da cultura negra por parte de cada indivíduo, meios midiáticos e lideranças políticas. Fica evidente, portanto, que apesar das conquistas, a conscientização das pessoas ainda precisa ser intensificada para que entendam esse assunto. Por esse motivo, o poder público deve verificar se as aulas estão sendo aplicadas de maneira correta, bem como, disponibilizar cursos gratuitos para os professores inexperientes nessa nova disciplina. Além disso, a mídia deve estimular a igualdade, por meio de mais afrodescendentes nas propagandas e novelas. Por fim, cabe a família ensinar aos pequenos que todas as culturas têm seu devido valor e que devem ser respeitadas, para que o preconceito fique apenas no passado e que no futuro, as histórias sejam contadas em igual proporção.