O Brasil é o país da miscigenação, por isso, sua história deriva de várias fontes, podendo classifica-las em três grupos: ameríndios, europeus e africanos. Os dois primeiros possuem maior respeito frente à academia e à sociedade, mas os africanos e sua história são constantemente esquecidos e desrespeitados, e é impossível desassociar esse desconhecimento do racismo. A questão racial no Brasil é algo histórico, e o antropólogo Roberto da Matta aponta para a existência de um racismo estrutural, que se manifesta em todas as áreas: social, econômica e espacial. Esse racismo também é verificado ao se olhar o estudo da história nas escolas: a história e cultura africana são pouco visadas em detrimento da europeia e até mesmo da indígena. Apesar da insistência em não ensinar a história africana nas escolas brasileiras, pode se perceber significativos avanços nas últimas duas décadas, pois houve a institucionalização da obrigatoriedade do ensino da história africana nos ensinos fundamental e médio, além de um estudo mais aprofundado nas áreas da literatura, história e educação artística. Ainda assim, as questões culturais sofrem muito com o preconceito, como no caso das religiões de matriz africana, comumente taxadas de sem valor e inferiores. O conhecimento de nossa história aponta para um Brasil com menos preconceito e mais respeito aos àqueles que ajudaram a construi-la de maneira significativa. A instituição de um dia da cultura africana pelo estado, com o apoio das mídias e redes sociais poderia ajudar num maior conhecimento por parte da população de sua história, de maneira completa e verdadeira.