A cultura africana é um grande elemento de formação do povo brasileiro. O lamentável período da escravidão e a posterior disseminação de povos afrodescendentes por um território com forte presença indígena contribuiu em muito para a caracterização da sociedade brasileira. Porém, é pouco notável, nas instituições de ensino, a presença de matérias que ofereçam a devida atenção à história da comunidade africana. Apesar de mais de cinquenta por cento da população nacional ser composta por negros e pardos, é comum perceber em livros didáticos uma visão histórica eurocêntrica, nos quais os fatos que se relacionam aos povos africanos aparecem de forma resumida e sob a perspectiva do "homem branco". Esse preconceito presente no ensino pode colaborar com o pensamento equivocado que atribui a escravização dos negros à sua suposta inferioridade cultural. A pouca ênfase dada ao ensino dos costumes e da história do povo afro ajuda a aumentar o preconceito racial, visto que a maioria da população brasileira não possui um conhecimento aprofundado de sua própria origem. Isso também auxilia o mito da inferioridade da civilização negra que por muitos séculos foi usado para justificar a subordinação desse povo a escravidão. Além disso, a lei que torna obrigatório o ensino dessa matéria nas instituições educacionais é infringida. Tendo conhecimento da grande importância da cultura e história afro, é preciso que se dê mais ênfase à essa matéria, através de mudanças em livros didáticos, criação de eventos, organizados por instituições de ensino, que valorizem aspectos afro-brasileiros, além da criação e disponibilização através da internet, por parte do poder público, de materiais que auxiliem o estudo sobre os povos que muito influenciaram na formação do corpo social brasileiro.