Título da redação:

A negação da herança cultural africana pelo brasileiro

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 09/07/2016

O Brasil possui um saldo cultural negativo com o povo africano. Diante de um passado dominado por práticas exploratórias como tráfico, escravidão, abusos sexuais, o Estado nacional é responsável por manter e disseminar a carga positiva dessa inserção, obrigatória, dos negros no continente Tupiniquim, ou seja, a herança deixada por eles em nossa cultura. Todavia, isso é feito? Há uma manutenção desse patrimônio imaterial? A premissa de que o Brasil é negro, deve ser entendida e defendia. Contudo, a negação dessa rica relação entre nações promove consequências como a estagnação e o retrocesso cultural. Em passagem no livro Casa Grande e Senzala, Gilberto Freye menciona que aqui eles vieram, tiveram sua mão-de-obra escravizada, seus filhos vendidos como gado e suas mulheres estupradas, por décadas. Em contra partida, lutaram pela liberdade e, após grande período de sofrimento, eram, enfim, livre. Realmente livre? De acordo com o dicionário, liberdade é a forma de agir conforme o livre arbítrio e a vontade própria individua, porém, observação uma relevante coerção cultural e religiosa como nos episódios de incêndio a centros de culto ao Candomblé, em 2015. Consoante a isso, o brasileiro não relaciona sua cultura com o referido berço cultural, o continente africano. No entanto, essa cultura conseguiu significativos pleitos ao longo dos anos. A inserção do jogo de capoeira em aulas de educação física, bem como o aumento da importância dada ao papel histórico da África no desenvolvimento do Brasil, dentro das salas de aula, revela o inicio de uma caminhada frente ao nivelamentos entre as culturas. Em contraste a isso, a exclusão e preconceito, enraizado maciçamente no Brasil, torna-se o maior e mais grave desafio a ser enfrentado no processo de disseminação histórico-cultural desse povo. Diante do exposto, medidas devem ser tomadas, Primeiramente, é dever do Governo Nacional prezar pela cultura de seu povo, consequentemente, a herança negra. Para tanto, deve destinar parte de sua receita federal para patrocínio de manutenção de centros de preservação da cultura africana, exposições e feiras culturais. Ao mesmo tempo, o MEC deve retornar a obrigatoriedade da abordagem de matérias sociológicas, na grade educacional, proibida nos anos ditatoriais. Com isso, faremos valer o pensamento kantiano que relaciona a atitude humana com a relação que lhe é ofertada. Por fim, cabe as Secretarias de Cultura fomentar palestras e exposições culturais ministradas por historiadores e estudiosos da cultura negra-africana em escolas, centro de detenções, abrigos municipais, dentre outros, de forma que atinja o maior número de pessoas.