A questão imigratória sempre esteve presente nos debates geopolíticos mundiais. Em virtude disso percebe-se como os conflitos, em especial, no Oriente Médio, na vizinha Venezuela e no Norte da África, atraem, para o Brasil, grandes massas de refugiados. Todavia, esses grupos ainda padecem da falta de apoio e de prerrogativas básicas que são ofertadas ao cidadão brasileiro. A lei de imigração brasileira surge como uma esperança aos apátridas de uma nova perspectiva de vida e fuga do sofrimento. Nesse sentido, a necessidade de romper o paradigma da xenofobia é evidente diante de ideais arcaicos exaltados por grupos de ideologia extremista, como é o caso dos integralistas. Dessa maneira, a promoção da isonomia é importante na inserção do imigrante no corpo social e na luta contra o preconceito arraigado no meio conservador. “O homem civilizado trocou uma parcela de suas possibilidades de felicidade por uma parcela de segurança”. Nesse aforismo, Sigmund Freud explicita as motivações que leva o refugiado a abandonar sua pátria e abdicar dos seus sonhos em busca da sobrevivência. Destarte, é possível estabelecer uma ligação com o pensamento do contratualista Thomas Hobbes. Pois, aviltados em sua dignidade, os imigrantes voltam ao estado de natureza, onde não há um Poder Moderador, para garantir a manutenção da própria vida. Em face a essa realidade, é notória, portanto, a importância da criação de centros de apoio ao imigrante, através de uma parceria entre Estado e iniciativa privada, com o objetivo de ensinar ao expatriado o idioma nacional e, por conseguinte, capacitá-lo a ingressar no mercado de trabalho. Ademais, a promoção de mutirões estaduais, por meio de ações do Ministério da Justiça, para promover a regularização e naturalização desses grupos é uma alternativa para amenizar as dificuldades dessa nova realidade.